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O FIM DAS ESPERANÇAS NO DIAL FM

Escrito em 1º de janeiro de 2009 por Marcelo Delfino.

Não é sacrilégio começar o ano com um artigo com este nome. É apenas a constatação de que, se alguém espera alguma mudança positiva no rádio do Rio de Janeiro para 2009, que espere apenas para o dial AM, que experimentou ao longo de 2008 uma série de mudanças positivas, e e continuará mudando para melhor. O dial FM entrou num processo de decadência, que agora se mostra irreversível.

Em 2008, tivemos a reforma da Fluminense AM 540, que veio com uma excelente programação eclética, incluindo esportes, embora muitas horas diárias ainda sejam preenchidas com um vitrolão de qualidade, mesclando MPB, rock. pop e música contemporânea. Tivemos também o avanço da programação da Manchete AM 760, com contratação de mais profissionais (repórteres, radialistas, locutores, comentaristas esportivos, etc). E tivemos o retorno da Tamoio AM 900, que trocou a programação d'A Voz da Libertação por um vitrolão de MPB, pop, música contemporânea e sucessos populares, prometendo implantar jornalismo e esporte em 2009.

A Mundial 11-80 entrou no ar com uma programação musical e jornalística de primeira qualidade, com direito a uma equipe de esportes. Teve uma onda de demissões no 2º semestre, que logo acabou. Tomara que o passaralho não volte.

Por fim, tivemos a reforma da Rádio Livre AM 1440, após um breve período de arrendamento para a Igreja Mundial do Poder de Deus. A rádio excluiu a igreja, teve sua direção entregue ao radialista Carlos Bianchini, se desfiliou da rede Jovem Pan, e implantou uma nova programação popular e eclética, também com esportes. A rádio contratou vários comunicadores egressos da extinta Rádio Haroldo de Andrade.

Infelizmente, tivemos a tragédia do falecimento do Mestre Haroldo de Andrade. Sua rádio própria, que já estava em crise, foi extinta menos de um mês depois. Os sócios (sr. Poubel e os herdeiros de Haroldo) venderam a rádio para a rede carismática Canção Nova, embora vinhetas ainda anunciem a emissora como mera afiliada. Sem rádio própria, Haroldo Jr. se transferiu para a Tupi AM 1280.

O dial FM carioca, o mais canibalizado de todos os dials de grandes metrópoles brasileiras, teve a segunda extinção da Nova Brasil FM 89,3 e o consequente rearrendamento para a rede evangélica Nossa Rádio. A 98 FM foi extinta, dando lugar à quase-gêmea Beat 98, uma rádio popular com alguns sucessos da música pop internacional.

Mas os dois maiores destaques negativos do dial FM foram fatos que não aconteceram. Primeiro, a extinção da rede rock Venenosa FM, que prometia instalar uma emissora no Rio, onde tinha apenas a sua sede, que transmitia para cidades do interior do país. A rádio transferiu sua sede para o campus da Universidade Salgado de Oliveira em Niterói, acabou com a programação rock e reassumiu a franquia Mania FM, com uma programação claramente inspirada na também popular Beat 98, do Sistema Globo. Por fim, o grupo Jovem Pan não concretizou a compra da FM 104,5. O arrendamento da emissora com a IURD foi renovado por mais seis anos, e a rede Jovem Pan FM continuará pagando o pecado de ter extinto as rádios Fluminense e Imprensa FM.

O ano de 2009 está apenas começando. Daqui do TRIBUTO, agradecemos o prestígio dos leitores, e desejamos sucesso para todos, e também para os nobres radialistas do Rio. Desejamos também um dial melhor. Continuaremos colocando nossa pequena estrutura à disposição dessa ideia.

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