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LEMBRANÇAS DO MESTRE LUIZ MENDES
Escrito em 6 de novembro de 2011 por Marcelo Delfino.
Ainda penso na partida do grande mestre Luiz Mendes, falecido no último dia 27 de novembro. Ele é realmente inesquecível. O "comentarista da palavra fácil" fazia jus à apresentação que lhe deram. Ele era realmente tudo que disseram dele nestes últimos dias. Algumas lembranças dele podem ser encontradas nos jornais Correio do Brasil, Tribuna da Internet (a antiga Tribuna da Imprensa) e O Globo.
Luiz Mendes era uma verdadeira enciclopédia ambulante da história do futebol. Tinha um conhecimento que provavelmente nenhum outro profissional da imprensa brasileira tem. Pra ele, nenhum jogador jogava mal. Apenas deixava de jogar bem. Era o que ele mesmo dizia. Foi Mendes quem convenceu o narrador Evaldo José da CBN a usar o famoso bordão "Que lindo! Que lindo! Que lindo!" para todos os gols, não só para os que de fato se destacavam pela beleza. O argumento de Mendes que convenceu Evaldo é que, para os torcedores, todos os gols são lindos. Não existe gol feio.
No entanto, só é possível conhecer totalmente o caráter de uma pessoa ao conhece-la pessoalmente. E eu conheci e conversei com Luiz Mendes no dia 26 de outubro de 2009, quando do lançamento da biografia de José Carlos Araújo. Gravei algumas entrevistas memoráveis, inclusive uma com o agora lendário Luiz Mendes. As entrevistas estão aqui, num pequeno texto que escrevi no dia 27. Exatamente dois anos antes do falecimento do Mestre.
Luiz Mendes era muito gentil e atencioso com as pessoas. Praticamente todos que estavam na fila para falar com José Carlos e Rodrigo Taves (autor da biografia) faziam questão de falar também com Luiz Mendes, que estava na mesa do evento com as duas outras personalidades e também com sua esposa e também radialista Daisy Lúcidi, outro amor de pessoa.
As entrevistas daquele dia foram gravadas com o equipamento precário que tinha: um reles MP3 player. Mas dá para entender. Apesar de minha voz estar distorcida. Eu realmente aproximei demais o aparelho da minha boca. Coisa que, por feliz coincidência, não fiz com Luiz Mendes, de quem procurei manter uma pequena distância do aparelho. Por isso dá para ouvi-lo melhor que a mim. Inclusive é possível ouvir a resposta que Mendes deu a uma de minhas perguntas, sobre a expectativa dele em assistir pessoalmente a final da Copa de 2014 no Maracanã. Ele que estava no mesmo estádio na final da Copa de 1950, narrando a vitória da seleção uruguaia sobre a brasileira para a Rádio Globo.
Fiquem agora as lembranças do grande Mestre Luiz Mendes. Exemplo para radialistas de hoje e do futuro. Acredito que todas as rádios do Rio de Janeiro que transmitirem a Copa de 2014 devam dedicar a transmissão a Luiz Mendes. A seleção brasileira deveria fazer a mesma dedicatória. Se for capaz de vencer a Copa, coisa que atualmente duvido muito.
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