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A CENSURA ELEITORAL

Fonte: G1.

01/03/10 - 18h19 - Atualizado em 01/03/10 - 18h19

Legislação eleitoral favorece censura à imprensa, avaliam analistas

Eles são a favor de a mídia explicitar preferência por candidato.
Fórum em SP discute democracia e liberdade de expressão.

Do G1, em São Paulo

A legislação eleitoral favorece a censura ao exercício do jornalismo, na avaliação dos especialistas que participaram do painel “Liberdade de Expressão e Estado Democrático de Direito” durante fórum sobre democracia nesta segunda-feira (1º) em São Paulo.

Participaram da discussão o jornalista e articulista da revista “Veja” Reinaldo Azevedo, o humorista do Casseta & Planeta Marcelo Madureira e o professor de ética e filosofia política Roberto Romano. O jornalista William Waack mediou o debate.

Reinaldo Azevedo destacou que a legislação prejudica principalmente a internet e a televisão. “A televisão, especialmente, é obrigada a dar o mesmo espaço para quem tem o que dizer e para quem não tem o que dizer.”

Na avaliação de Roberto Romano, algumas decisões do Judiciário também prejudicam a liberdade de expressão. "Há um movimento não apenas brasileiro, mas internacional, de controle do poder do estado pelo Judiciário. Romano citou o caso de censura ao jornal “O Estado de S.Paulo” como exemplo do posicionamento da Justiça.

O humorista Marcelo Madureira afirmou que principalmente o humor é extremamente prejudicado com a legislação eleitoral. “O que a sociedade espera do humorista é piada. Eu sou Flamengo, mas faço piada do Flamengo. Caso contrário, você está traindo quem paga seu salário, que é o público. Ele quer piada, não quer saber se é petista ou se é do DEM.”

Madureira disse considerar “absurda” a discussão sobre democracia após a luta contra a ditadura militar. “Acho absurdo, depois da reconquista da democracia, eu estar discutindo a mesma coisa. É um absurdo, um atraso”, disse, ironicamente.

Os três se disseram favoráveis a que os veículos tomem partido de algum candidato durante o processo eleitoral.

“É um direito do meio de comunicação. Uma vez claro o apoio, fica livre para ser isento”, afirmou Reinaldo Azevedo. “Sou favorável desde que seja claro e indistinto. Porque muitas vezes há meio tom ou meias palavras”, completou Roberto Romano.

Para Romano, seria saudável para o Brasil ter um partido de direita. “Não concebo democracia onde todos os partidos se dizem de esquerda, centro-esquerda”, afirmou.


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